Para
os empresários brasileiros que integraram a missão
da Confederação Nacional da Indústria
(CNI) aos Emirados Árabes Unidos, qualquer expectativa
que se tenha sobre Dubai é superada pela realidade.
Em 10 dias na cidade, os 31 participantes liderados pela Federação
das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc),
empresários ligados ao setor da construção
de seis estados brasileiros, puderam ver os maiores e mais
luxuosos prédios do planeta e participaram da principal
feira do setor de construção do Oriente Médio,
a Big 5 Exhibition. O grupo retornou neste sábado (29)
ao Brasil.
Fabricantes de produtos para
a construção fizeram contatos, alguns já
começaram a negociar vendas e planejam a participação
na feira de 2009. Empresários de construtoras e arquitetos
viram o que está sendo feito em Dubai, e estão
levando uma nova visão para o trabalho no Brasil. Um
executivo do setor imobiliário fechou, durante a missão,
parceria com um grupo local.
Para o vice-presidente estratégico
da Fiesc, Jorge Strehl, que chefiou a missão, os exportadores
brasileiros de produtos para a construção têm
que aproveitar o momento para entrar nos Emirados Árabes.
“Eles estão aproveitando
a bonança proporcionada pelo petróleo para construir
toda essa estrutura. Esse ‘boom’ da construção
deve durar mais uns 15 ou 20 anos, depois ficará a
estrutura que vai transformar o país num dos principais
destinos turísticos do planeta”, afirmou Strehl.
Ele destacou também que, embora Dubai seja hoje o centro
das atenções no país, outras regiões
despontam com grandes projetos e oportunidades para empresas
brasileiras.
Semelhança
Construtores
destacaram que o sistema e as tecnologias usadas na construção
são similares ao que é feito no Brasil.
Segundo o representante da
Proma Construções e Planejamento, Paulo Rubem
Obenaus, de Jaraguá do Sul, a maior diferença
é que, nos EAU, há muito mais dinheiro disponível
para as obras.
“Por isso, eles conseguem
fazer tudo maior e, principalmente, mais rápido, trabalhando
24 horas por dia e com mais equipamentos”, disse.
Mão-de-obra
O engenheiro civil da Vasselai
Incorporações, Ricardo Vasselai, de Blumenau,
lembra que o custo da mão-de-obra nos Emirados é
menor. Os salários são baixos e os direitos
trabalhistas menos custosos em relação ao Brasil.
Quase 80% dos 5 milhões
de pessoas que vivem nos Emirados Árabes hoje são
estrangeiros, a maior parte indianos (1,5 milhão) e
paquistaneses (750 mil), que trabalham principalmente em postos
operacionais na construção civil, comércio
e transporte. O salário médio de um trabalhador
da construção é de US$ 150.
O
empresário Ademar Meireles, presidente da Immo Brazil
Realty, de Florianópolis, fechou parceria com um grupo
local para a formação do Ajman Brazil Business
Center. O objetivo do projeto é montar um espaço
para exposição permanente e prospecção
de negócios para exportadores brasileiros de produtos
para a construção no emirado de Ajman, vizinho
de Dubai. Um grande projeto para a construção
de 15 novos bairros em Ajman, numa área de 30 quilômetros
quadrados, terá cerca de 2 mil prédios comerciais
e residenciais.
Segundo Meireles, uma enorme
demanda por produtos para a construção pode
ser atendida por exportadores brasileiros.
Fonte: Matéria publicada
na edição 226, da Folha de Blumenau.
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